Quando se é médico, você há de concordar que é bastante importante prestar atenção em todas as regras divulgadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) para garantir que a profissão está sendo exercida de forma ética.
Aliás, o Conselho é exatamente o órgão responsável por regulamentar o Marketing Médico, ditando quais são as regras para a execução de uma boa publicidade, e o que o profissional precisa fazer para evitar processos.
Se você quer saber o que pode ou não fazer em relação a divulgação dos seus serviços ou clínica, basta continuar a leitura. Separamos dicas importantes sobre o assunto.
O que pode ser feito para divulgar os serviços de um médico?
Na prática, qualquer profissional de saúde, independente da especialidade, pode fazer campanhas de marketing pessoal, desde que estejam de acordo com as normas do CFM.
A propósito, o CFM possui um guia que orienta a produção de material publicitário e de marketing para a divulgação dos profissionais de saúde. O manual visa estabelecer alguns limites para a propaganda, além de coibir eventuais abusos. Ao seguir este manual, o médico pode evitar processos judiciais neste âmbito.
Os pontos mais relevantes e que merecem a atenção durante a execução do Marketing Médico são:
1 – Uso de fotos de pacientes em material promocional
Ainda que você tenha autorização, a utilização de fotografias de pacientes para demonstração de resultados de tratamentos em folders, anúncios impressos, em TV ou na internet é terminantemente proibido.
O uso de fotos só é permitido em eventos ou apresentação de trabalhos científicos, desde que com autorização prévia do paciente.
2 – Cuidado com as Redes sociais
A redação dos textos e o compartilhamento de imagens dos posts em redes sociais devem ter tom informativo, e não devem assumir um tom sensacionalista. O sensacionalismo pode deixar o público conturbado e alarmado, ou fazê-lo acreditar em determinado diagnóstico, sem ter de fato passado por um consultório.
O profissional da saúde também deve ter o cuidado de não dar a entender que os resultados dos tratamentos são sempre garantidos.
3 – Não divulgar equipamentos como vantagem competitiva
Segundo as orientações do CFM, as clínicas médicas têm autorização para anunciar equipamentos, porém, sem dar a entender que o aparelho representa uma vantagem competitiva, é essencial para determinado procedimento, ou uma garantia de sucesso do tratamento.
4 – Preste atenção na especialidade e na titulação acadêmica
O médico pode divulgar seus títulos de especialista e o registro deles no CRM local. Mas o anúncio deve fazer menção a, no máximo, duas especialidades. Vale ressaltar que não é permitido divulgar especialidades ou áreas de atuação que não sejam reconhecidas pelo Conselho, ou pela Comissão Mista de Especialidades.
Em relação aos títulos acadêmicos, é possível divulgá-los em em cartões, itens de papelaria ou material promocional, desde que estejam relacionados à área de atuação do médico. Cabe lembrar que os títulos acadêmicos anunciados também precisam estar registrados no CRM.
5 – Algumas expressões são vetadas
Nenhuma peça de marketing médico pode trazer expressões como “o melhor”, “destaque”, “o mais eficiente”, “o único capacitado”, “resultado garantido”, e etc. Isto porque termos como estes podem caracterizar propaganda enganosa.
6 – O médico não pode participar em determinados tipos de anúncios
O Manual proíbe terminantemente a participação de médicos em anúncios de produtos ou marcas comerciais, método ou técnica não aceito pela comunidade científica, além de divulgação de técnicas exclusivas.
Isso se aplica ainda a entidades sindicais e associações médicas.
7 – Não é permitida a divulgação de preços
Como é de se imaginar, anúncios com divulgação de preços de procedimentos e/ou formas de pagamento e de parcelamento são proibidos porque representam falta de ética. O médico também não pode criar campanhas de marketing que concedam descontos como forma de diferencial ou de promoção dos serviços.
8 – Outras proibições
Também não é possível anunciar em campanhas de marketing médico:
- A cura de doenças para as quais ainda não exista tratamento apropriado, de acordo com os conhecimentos científicos comprovados;
- Garantia de resultados do tratamento ao paciente ou a familiares;
- Métodos de tratamentos e diagnósticos ainda não reconhecidos cientificamente;
- Diagnóstico e/ou tratamento à distância;
Para uma lista completa das restrições e regras quanto ao marketing médico, é importante que o profissional conheça o manual de publicidade médica. Conhecendo o manual, é possível garantir uma divulgação dos serviços de forma ética e de acordo com as regulamentações e assim, evitar processos jurídicos contra o profissional.
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